quinta-feira, 25 de abril de 2013

Descobri a maternidade em Janeiro de 2012. No susto. Nada sabia. Pra mim, a barriga crescia e depois nasceria o bebê.
Não tinha ideia que a minha vida mudaria de um dia para outro, que eu consequentemente não seria a mesma e que muito menos minha gravidez seria de alto risco... Um permanente luta pela vida do meu filho.
As 5 meses de gestação fui encaminhada para o Hospital da Luz- Especializado em gestação de alto risco. Sem saber do que se tratava, acreditava eu que não era nada tão preocupante.. Já que eu não sentia nada de estranho, dor. Somente nesta última consulta é que descobri a hipertensão. Detalhe: Minha pressão nunca passou dos 12x8. Isso assustou.
Se passaram alguns dias até a consulta, inclusive o chá de bebê. E, chegou o dia 28/05/2012, fui para consulta, sem esperar nada mais do que um pré-natal, cheguei atrasada, e fiquei por horas até ser atendida. E diga-se de passagem que a Dra. foi sensacional, mesmo atrasada ela quis me receber.
Entrei apreensiva, sem graça... Não sabia o que falar pra ela, nem o pq estava lá.
E de novo, minha pressão estava 16x8, minha barriga menor do que o esperado, perguntou se o meu bebê mexia com frequência.. Ahh isso sempre me preocupou, ouvia todas as mães falando das mexidinhas dos seus bebê, mais eu não sentia.. Isso era um misto de preocupação e dúvida. Talvez o problema fosse comigo, distraída não percebia meu bebê, mas, será que eu era tão displicente?
Bom, olhando pra ela, fiquei esperando por receitas médicas e talvez um possível retorno, já a Dra, tinha mais para dizer..                                                                    
- Vou internar você, agora!
Essas palavras ainda soam nos meus ouvidos. Que medo, nunca tinha sido internada, pq isso agora?
Não foram muitas explicações, teria que atravessar a rua, procurar o PS, que lá já estariam me esperando. Peguei a papelada, e fui caminhando, por volta das 19hrs de uma segunda-feira.
 Nunca demorei tanto para atravessar um rua, que tristeza, medo, decepção. Você com 5 meses, começa idealizar aquela gestação, aquele bebê, e de repente, nada faz sentido.
Aquela gestante que se orgulhava em dizer que nunca sentiu enjoos, tonturas, dores... Agora liga para a mãe e o marido com a voz embargada, perdida .
Fui para o PS, fiz exames de sangue/urina, cardio toco, ultrassom..E deu "tudo normal".
Por volta das 22hrs subi para o quarto, deixei minha mãe e o marido para traz. Caminhava pelos corredores acompanhada de uma enfermeira simpática e segurava uma camisola, daquelas que ninguém gosta com uma abertura nas costas.
Entrei devagar no quarto, conheci duas irmãs, uma delas, não tinha mais do que 15 anos e havia dado a luz, a outra acompanhava. Simpáticas.
Tomei um banho, deitei. Que estranho, e que assustador.
Tinha vontade de chorar, mais não conseguia, não sei o que sentia.
Tinha certeza que na manhã seguinte teria alta.. E não recebi... Nem no outro.. O outro tbm não..
Fiz ultrassons com a medicina fetal e meu bebê era pequeno para a idade gestacional. O que intrigava minha médica, era essa "falta de causa". O pq de "tanto estrago" como ela mesma dizia, não poderia ser somente a hipertensão, mais o que seria?
Quase 15 dias depois, ela pediu novos exames de sangue, agora com o nome de SAF. Somente após o diagnóstico é que teríamos uma linha de tratamento.
Recebi o diagnóstico - Dimero D aumentado. TROMBOFILIA
Agora com o diagnóstico estava mais fácil, 2 injeções de clexane ao dia. É verdade que o medo de injeção quase não aparece, quando ouvimos Trombofilia. Nos remete algo grave, trombose, amputação, coisas horríveis que já ouvimos durante a vida.
Passado o susto, vamos às injeções. Picadinhas um dia.. Picadinhas outro dia, no outro.. E o braço vai ficando enrijecido, com hematomas, e cada picadinha dói mais...
Mais o que dói mesmo é saber que muitas mulher não tem condições de tratar a trombofilia, pq não tem dinheiro.
Segundo a Dra. Luciana Lunardi essa medicação era de baixíssimo custo, e por tal razão sua fabricação foi significantemente reduzida, e claro, tornando-se uma medicação de alto custo.
E até hj fico pensando nas mães que não tinham recursos, ora 150,00 por ampola, não é brincadeira não..
E o mais horrível foi descobrir através da minha médica que o exame SAF é feito por muitos obstetras a partir do 3 aborto. Ou mais de 2 anos sem engravidar. ABSURDO TOTAL.
Isso tem que mudar, entrei na causa!

Bom meninas, mais tarde eu volto para relatar como foi o restante do tratamento e o nascimento do Miguel.
Mas, tenha sempre em mente, use como um mantra:

"Trombofilia não tem vez, eu sou mãe!"

Bjos

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